segunda-feira, 30 de abril de 2012

Análise


Análise do Pensamento Educacional de Platão e Aristóteles

Partindo do princípio de que as pessoas são diferentes, e por isso ocupam lugares e funções diversas na sociedade, Platão propõe que o Estado, e não a família, assuma a educação das crianças até os 7 anos, evitando assim a cobiça e os interesses decorrentes dos laços afetivos e das relações humanas inadequadas. O Estado orientaria também para que não se consumassem casamentos entre desiguais, oferecendo melhores condições de reprodução e, ao mesmo tempo, criando instituições para a educação coletiva das crianças. A educação promovida pelo Estado seria feita em etapas, de acordo com o tipo de “alma” de cada um. O que Platão tem em vista é preparar os indivíduos para exercer as três funções fundamentais da vida coletiva: as atividades que atendem às necessidades materiais, as de guarda e defesa da cidade e as de governantes. Observe também que cada classe corresponde a uma das três partes da alma, a apetitiva, a irascível e a racional:

  • Até os 20 anos, todos deviam ser educados da mesma maneira; após a identificação, aqueles que possuíssem “alma de bronze” deveriam se dedicar à agricultura, ao artesanato e ao comércio, cabendo-lhes, portanto, cuidar da subsistência da cidade. A virtude por excelência desse grupo é a temperança, pela qual deveriam controlar os desejos de prazer.
  • Os demais continuariam os estudos por mais 10 anos, até a segunda seleção, quando seriam identificados aqueles que têm “alma de prata”. A eles seriam destinadas a guarda do Estado, a defesa da cidade. A virtude dos guerreiros é a coragem, exercida pelo domínio sobre o caráter irascível de sua alma.
  • Os mais notáveis que sobraram das seleções anteriores, por terem a “alma de ouro”, seriam instruídos na arte de pensar a dois, ou seja, na arte de dialogar. Estudariam filosofia, fonte de toda verdade, que eleva a alma até o conhecimento mais puro. Aos 50 anos, aqueles que passaram com sucesso pela série de provas seriam admitidos no corpo supremo dos magistrados. Caberia a eles o governo da cidade, por serem os únicos a ter a ciência da política. Como homens mais sábios, seriam alçados à função de manter a cidade coesa. Também seriam os mais justos, uma vez que justo é aquele que conhece a justiça. Como virtude principal, a justiça constitui a condição de exercício das outras virtudes.

Aristóteles estudou na Academia platônica por vinte anos. Após a morte do mestre, fundou sua própria escola, o Liceu e, com a colaboração de seus discípulos, promoveu o estudo e a classificação de mais de cento e cinqüenta constituições de cidades-estado do período. Para Aristóteles o homem é uma animal político e um animal racional, ou seja, alguém que vive em sociedades e que é dotado de fala, da capacidade de pensar. A condição do ser para Aristóteles envolve a natureza, isto é, por natureza o homem quer a vida social e é racional. De forma contrária à Platão, Aristóteles não atribui o papel da educação apenas ao Estado. A família também é responsável pela formação do futuro cidadão. Como dispomos daquela faculdade desejante, que desde cedo deve ser educada para a construção de bons valores, ou seja, para uma vida ética, não compete apenas ao Estado tal função. Contudo, é papel do Estado “preparar os cidadãos para o exercício da virtude”.

 "A proposta educacional de Platão sugere uma conexão entre Política, Conhecimento e Educação, pautadas no Bem, no Justo e no Belo para a formação do cidadão que vai dar sentido e garantia de uma república ideal, que tem a Justiça como princípio fundante.

Aristóteles propõe o investimento na educação para alcançarmos um nível mais elevado de nossa existência. O conhecimento na ótica aristotélica representa uma nova etapa, onde a ética é mediadora da Política e do discurso, estimulando as relações que tendem para a valorização da pessoa e o respeito por ela, tendo neste sentido cada um o dever de fazer sua parte a partir do horizonte do exercício virtuoso da cidadania.
É Possível notar na Educação atual a influência do pensamento educacional defendido pelos dois grandes filósofos, quando nos deparamos com um modelo educacional voltado para o conhecimento de nós mesmos, construindo, desconstruindo e transformando conceitos, tentando formar cidadãos que busquem uma sociedade mais justa e ética, voltada para a discussão de saberes, com liberdade e democracia. A capacidade de formar opiniões, pautadas em críticas racionais e baseadas na reflexão, nos sentidos e na experiência, por meio da gestão do conhecimento, primando pelo “aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”, bases para o exercício da Cidadania".
YOUTUBE. Filosofando Socrates, Platão e Aristóteles - Disponível: Acesso em 26 mar. 2012

Conteúdo pesquisado na Coleção Filosofando: Introdução à Filosofia (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires)Leitura realizada em 30-04-2012 

Um comentário:

  1. Aristóteles corporatura entre os mais atuantes filósofos gregos, junto de Sócrates e Platão, que decompuseram a filosofia pré-socrática, edificando um dos principais alicerces da filosofia ocidental. Aristóteles prestou contribuições fundastes em diversas áreas do conhecimento humano, destacando-se: ética, política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia, história natural.
    Segundo Aristóteles, a filosofia é fundamentalmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em expressão do qual a maneira inicial do íntimo é o espanto do mistério.
    Platão apreciava os procedimentos de contestação e diálogo como formas de conseguir o conhecimento. De acordo com Platão, os estudantes deveriam deparar com coisas que superanda os enigmas atribuídos pela vida. A educação deveria funcionar como forma de crescer o sujeito moral. A educação necessitaria dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos discípulos. Apresentações de retórica, debates, educação instrumental,

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