quinta-feira, 3 de maio de 2012

A nova forma de pensar da Filosofia Moderna



Racionalismo

René Descartes, é o 'pai' da Filosofia Moderna, mais precisamente, do Racionalismo. Para ele todo conhecimento que passava pela contaminação dos sentidos humanos, se tornava impreciso, impuro. Somente a Razão inata (natural) ao homem poderia levar ao verdadeiro conhecimento. Usou conceitos das ciências exatas na interpretação 'dos objetos' das ciências humanas.         
Descartes iniciou seu racionalismo pela dúvida (ceticismo). Duvidou de tudo sistematicamente: da existência de Deus, do conceito de justiça, da moral, das leis e até mesmo da existência da humanidade e da realidade. Só não conseguiu duvidar que pensava e existia, ali, naquele momento, enquanto duvidava de tudo. Chegou então à conclusão que: "Penso, logo existo!" (Cogito ergo sum!").       
Francis Bacon o iniciador do empirismo, enalteceu ele a experiência e o método dedutivo de tal modo, que o transcendente e a razão acabam por desaparecer na sombra. Falta-lhe, no entanto, a consciência crítica do empirismo, que foram aos poucos conquistando os seus sucessores e discípulos até Hume. Bacon continua afirmando - mais ou menos logicamente - o mundo transcendente e cristão; antes, continua a considerar a filosofia como esclarecedora da essência da realidade, das formas, sustentáculo e causa dos fenômenos sensíveis. É uma posição filosófica que apela para a metafísica tradicional, grega e escolástica, aristotélica e tomista. Entretanto, acontece em Bacon o que aconteceu a muitos pensadores da Renascença, e o que acontecerá a muitos outros pensadores do empirismo e do racionalismo: isto é, a metafísica tradicional persiste neles todos histórica e praticamente ao lado da nova filosofia, tanto mais quanto esta é menos elaborada, acabada e consciente de si mesma.

Empirismo


John Locke,  entendia que, ao nascer, a mente da criança está vazia, como se fosse uma página de papel em branco. As idéias teriam, então, origem no mundo exterior, sendo captadas por meio dos sentidos,  não admitia a existência de idéias inatas, pois, para ele, todo conhecimento tem base empírica. Ele distinguia dois tipos de experiências: uma derivada da sensação e outra da reflexão. As idéias complexas são formadas pela combinação das idéias simples e podem ser decompostas em unidades menores para serem analisadas. 

O empirismo de Hume surge então como um ceticismo; explicar psicologicamente a crença no princípio de causalidade é recusar todo valor a esse princípio. De fato, não existe, na idéia de causalidade, senão o peso do meu hábito e da minha expectativa. Espero invencivelmente a ebulição da água que coloquei no fogo. Mas essa expectativa não tem fundamento racional. Em suma, poderia ocorrer - sem contradição - que essa água aquecida se transformasse em gelo! "Qualquer coisa, diz Hume, pode produzir qualquer coisa." No domínio das proposições lógicas, A não pode ser não-A . Mas nas "matters of fact", tudo pode acontecer. Aquele rei de Sião, que condenara à morte o embaixador norueguês em sua corte, errara muito ao negar um fato contrário à sua experiência. O princípio de causalidade, inteiramente explicado por uma ilusão psicológica, não tem o menor valor de verdade.

Criticismo Kantiano
A filosofia de Kant é chamada criticismo porque, diante da pergunta “Qual é o verdadeiro valor dos nossos conhecimentos e o que é conhecimento?”, Kant coloca a razão em um tribunal para julgar o que pode ser conhecido legitimamente e que tipo de conhecimento não tem fundamento. Segundo o próprio Kant, a leitura da obra de Hume o despertou do “sono dogmático” em que estavam mergulhados os filósofos que não se questionavam se as idéias da razão correspondem mesmo à realidade. Pretendia superar a dicotomia racionalismo-empirismo: condenou os empiristas.
 "O Racionalismo : concepção filosófica que afirma a razão como única faculdade a propiciar o conhecimento adequado da realidade. A razão, por iluminar o real e perceber as conexões e relações que o constituem, é a capacidade de apreender ou de ver as coisas em suas articulações ou interdependência em que se encontram umas com as outras. Ao partir do pressuposto de que o pensamento coincide com o ser, a filosofia ocidental, desde suas origens, percebe que há concordância entre a estrutura da razão e a estrutura análoga do real, pois, caso houvesse total desacordo entre a razão e a realidade, o real seria incognoscível e nada se poderia dizer a respeito. O racionalismo gnosiológico ou epistemológico é inseparável do racionalismo ontológico ou metafísico, que enfoca a questão do ser, pois o ser está implicado no pensamento do ser. Declarar que o real tem esta ou aquela estrutura implica em admitir, por parte da razão, enquanto faculdade cognitiva do ser humano, a capacidade de apreender o real e de revelar a sua estrutura. O conhecimento, ao se distinguir da produção e da criação de objetos, implica a possibilidade de reproduzir o real no pensamento, sem alterá-lo ou modificá-lo. Dois elementos marcariam o desenvolvimento da filosofia racionalista clássica no século XVII. De um lado, a confiança na capacidade do pensamento matemático, símbolo da autonomia da razão, para interpretar adequadamente o mundo; de outro, a necessidade de conferir ao conhecimento racional uma fundamentação metafísica que garantisse sua certeza.
O Empirismo:
Sob uma perspectiva contrária, os empiristas britânicos refutaram a existência das idéias inatas e postularam que a mente é uma tabula rasa ou página em branco, cujo material provém da experiência. A oposição tradicional entre racionalismo e empirismo, no entanto, está longe de ser absoluta, pois filósofos empiristas como John Locke e, com maior dose de ceticismo, David Hume, embora insistissem em que todo conhecimento deve provir de uma "sensação", não negaram o papel da razão como organizadora dos dados dos sentidos. O próprio fato de haver toda esta controvérsia em torno da problemática suscitada por Descartes revela a importância crucial das teses racionalistas. O racionalismo cartesiano e o empirismo inglês desembocaram no Iluminismo do século XVIII. A razão e a experiência de que resulta o conhecimento científico do mundo e da sociedade bem como a
possibilidade de transformá-los são instâncias em nome das quais se passou a criticar todos os valores do mundo medieval. A nova interpretação dada à teoria do conhecimento pelo filósofo alemão Immanuel Kant, ao desenvolver seu idealismo crítico, representou uma tentativa de superar a controvérsia entre as propostas racionalistas e empiristas extremas. Entendido como posição filosófica que sustenta a racionalidade do mundo natural e do mundo humano, o racionalismo corresponde a uma exigência fundamental da ciência: discursos lógicos, verificáveis, que pretendem apreender e enunciar a racionalidade ou inteligibilidade do real. Ao postular a identidade do pensamento e do ser, o racionalismo sustenta que a razão é a unidade não só do pensamento consigo mesmo, mas a unidade do mundo e do espírito, o fundamento substancial tanto da consciência quanto do exterior e da natureza, pressuposto que assegura a possibilidade do conhecimento e da ação humana coerente. Para além de seus possíveis elementos dogmáticos, a filosofia racionalista, ao ressaltar o problema da fundamentação do conhecimento como base da especulação filosófica, marcou os rumos do pensamento ocidental.
A Ilustração:
Os inúmeros pensadores dos séculos XVI e XVII legaram ao século XVIII um patrimônio rico em teorias e debates no campo da filosofia.
Segundo Aranha; Martins (2003, p. 134):
[...] o racionalismo e o empirismo do século XVII, dão o substrato filosófico dessa reflexão. Descartes justifica o poder da razão de perceber o mundo por meio de ideias claras e distintas. Locke valoriza os sentidos e a experiência na elaboração do conhecimento. Hume coloca em questão a validade universal do princípio de causalidade. Essas reflexões, somada a revolução científica do século XVII, preconizada por Galilei Galilei, produzem um momento em que a razão é vista como possibilidade de entendimento de todos os campos: política, economia, cultura, moral e até religião. Essa entronização da razão gera a crença de que a ciência e a filosofia podiam dar conta de todos os anseios humanos. Era o tempo da razão, que retirava o ser humano da escuridão de séculos. Por isso esse momento (século XVIII) ser chamado de Século das Luzes, ou Ilustração ou Iluminismo. O termo Iluminismo advém da tradução da palavra alemã Aufklarung que quer dizer, iluminação ou esclarecimento.
Kant pode ser considerado um dos pensadores mais influentes da modernidade, uma vez que seu pensamento será o alicerce do pensamento contemporâneo. Na obra “Crítica da Razão Pura”, publicada em 1781, analisa as faculdades do conhecimento, ou seja, produz uma síntese crítica e especulativa, na qual junta a razão e a sensação, num Idealismo, que é nomeado como Criticismo.
Para esse filosofo nem tudo é experiência, por isso tece críticas aos empiristas, mas também não aceita as ideias racionalistas por não entender que todo pensamento vem da própria pessoa. Neste sentido, torna-se função da atividade filosófica considerar a razão e também as sensações, pois mediante esse principio, pode-se organizar um pensamento crítico, capaz de responder aos problemas do conhecimento.
Assim, podemos dizer que em “Crítica da Razão Pura”, Kant destrói a metafísica tradicional e reconstruindo-a sob novas bases racionais.

Referências:
Autor do conteúdo MARTINO, Renato Dias.Disponível em:
Psicologia da Educação (TENREIRO, 2010)
Texto Produzido Por MADJAROF, Rosana – 1998. Disponível em:
ARANHA,Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires. (Filosofando Introdução a Filosofia).

Um comentário:

  1. Vejamos que as características da filosofia se baseia no século XVII como a visão do princípio da filosofia moderna e o distanciamento do pensamento medieval, especialmente da Escolástica; no século XVIII com o movimento filosófico ocorrido na Europa e em alguns países americanos, e nos seus mais distantes períodos também inclui a Idade da razão; no século XIX com o Iluminismo que exercer um efeito dramático, tendo como ponto de referência o trabalho de filósofos como Immanuel Kant e Jean-Jacques Rousseau o que influenciou uma nova geração de pensadores.

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