quarta-feira, 16 de maio de 2012

Filosofia da Educação



A filosofia talvez possa ser entendida como a descoberta de que educar é auto educar-se, ou seja, a necessidade de educar-se por meio da razão, o espanto de perguntar-se o que é a natureza, o que é o ser, contudo, não se trata de qualquer diálogo, afinal, nem toda conversa é filosofia. Trata-se da educação que se faz no diálogo, na pergunta que abre a investigação, no caminho do argumento. Podemos ver a filosofia como uma aposta de que a vida pode ser mais bem vivida pela amizade que se dispõe ao diálogo filosófico, e não pela violência. A formulação do Artigo 36 da Lei nº 9394/96 favoreceu o entendimento da Filosofia e da Sociologia como um conhecimento transversal, conceito desenvolvido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, documento que, assim como os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM -, foi publicado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Nesse mesmo governo, também ocorreu, no ano de 2000, o veto ao projeto de lei que determinava a inclusão de filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias no ensino médio. Os PCNEM, que foram bastante discutidos, ao menos em parte das escolas do país, apresentam o ensino de filosofia estruturado por meio de competências e habilidades. Contudo, a aplicação da noção de competência à educação pode ser questionada de diversas formas.



Não obstante, a concepção de ensino de filosofia apresentada no documento tem o mérito de destacar capacidades importantes a serem trabalhadas com os estudantes, não se restringindo a uma mera reprodução de conteúdos. A filosofia deve ser considerada em sua situação específica na educação por voltar-se para jovens que não necessariamente irão se profissionalizar em filosofia, relacionar-se com outras disciplinas, conteúdos e valores na construção de um currículo voltado para a formação de todos os cidadãos. Sabemos que, em grande parte, a formação dos sujeitos e das subjetividades se dá sob forte influência da mídia, em especial da TV mas também de outros meios de comunicação. A prática do ensino de filosofia, na maioria dos casos, ainda está presa à discursividade, o que é cobrado dos alunos são habilidades cognitivas e lingüísticas como se estas estivessem separadas do corpo, e não vinculadas a hábitos adquiridos. Estudar filosofia é também estuda problemas filosóficos, aprender a articular, conceitualmente, os pensamentos, articular as idéias de forma rigorosa e buscar fundamentos e a completude das explicações, das compreensões.



Aprender filosofia é um desafio, envolve a escuta de uma lição externa, por meio da qual pretendemos superar nosso senso comum. Há uma lógica própria da filosofia que se baseia na permanência da possibilidade de questionar, perguntar sobre o que são as coisas, o que é o real, permitir-se questionar o real, no sentido de buscar compreende-lo, e não apenas submeter-se a ele como a uma força cega.

"Como podemos perceber no decorrer do texto, não há um conceito pronto e acabado para definirmos Filosofia da Educação, mas podemos considerá-la como um aval da educação, norteadora do processo educativo. Já que a educação é o processo de tornar-se homem, de formar homens conscientes, é necessário refletir como se deve orientar a educação. É necessário, porém, que esta reflexão não seja unicamente teórica, abstrata. É preciso levar em conta a situação espácio-temporal em que ocorre o processo, lembrando sempre que cada homem trás sua própria experiência, seus próprios saberes. Só desta forma podemos estabelecer com clareza o que, por exemplo, se tem convencionalmente chamado de “marco referencial”, a partir do qual, numa instituição educativa, currículo, planejamento e atividades podem atingir um mínimo de coerência e de eficiência. Não há métodos neutros. Não há técnicas neutras. No bojo de qualquer teoria, de qualquer método, de qualquer técnica está implícita uma visão de homem e de mundo, uma filosofia.
Pautado pela Filosofia da Educação o educando vai refletir sistematicamente, buscando as raízes dos problemas de modo a formar uma “visão de mundo” e adquirir criticamente princípios e valores que lhe orientem a vida. Só assim serão homens e não robôs. Vai pois, municiá-lo de instrumentos racionais e afetivos para que se habitue a ser crítico, a não se contentar com qualquer resposta, a colocar sempre e em tudo uma pitada razoável de dúvida, a cavar fundo e não se intimidar perante a tarefa ingrata de se questionar e questionar sempre.
Por meio da Filosofia da Educação os educadores são instigados a responder a questionamentos que podem solucionar problemas educacionais que desafiam a sociedade e o contexto em que vivem.
A sociedade do século XXI é mutável e está em constante transformação, e a Educação precisa acompanhar essas mudanças, neste sentido a Filosofia da Educação vai tentar recuperar a falta de rumo e direção que a sociedade vem sofrendo, oferecendo a reflexão e problematização necessária para cada período histórico da humanidade".
YOUTUBE. Filosofia da Educação - Disponível em: Acesso em 26 Mar. 2012


Referência:
JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação.

Um comentário:

  1. Falando de Filosofia da Educação, ela pode estar dentro do contexto da educação como uma instituição social, isto é, como é que nossa compreensão do mundo é continuamente transformada. Concluindo que ela é um ramo do pensamento que se dedica à reflexão sobre os processos educativos, à análise do(s) sistema(s) educativo(s), sistematização de métodos didáticos, entre diversas outras temáticas relacionadas com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações entre o fenômeno educativo e o funcionamento da sociedade.

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