sábado, 12 de maio de 2012

Método Pedagogizador e a prática educacional voltada para intersubjetividade


O pragmatismo produziu no século XX grandes frutos no campo da filosofia, da ciência e da semiótica. Os fundamentos das concepções educacionais de John Dewey estão expostos sobretudo no seu livro Educação e Democracia, resultado de suas preocupações com o ensino público e da crença de que a educação deve estar relacionada com a experiencia prática da vida que se renova e integra sobre o meio circundante. “A renovação como condição de vida é a distinção mais importante entre os seres vivos e os inanimados. Quando batemos numa pedra ela resiste. Se a resistência é maior do que a força da pancada, ela não se move. De outro modo, é desfeita em pequenos fragmentos. Nunca a pedra procurará reagir contra o golpe, nem sequer poderá torná-lo um fator decisivo para a sua ação. Mas o ser vivo, que pode facilmente ser esmagado por uma força maior, nem por isso deixa de tentar transformar a energia que age sobre ele num fator que possa ser útil à sua existência ulterior... Enquanto vive, luta para utilizar as forças que o rodeiam, em proveito próprio... A vida é um autoprocesso de renovação através da ação sobre o meio.” (Ed. Macmillan, Nova York, 1915, pp. 1-8.)


O educador deve, então, ser capaz de continuamente modificar sua atuação sempre que as condições sociais se alterarem em face das sucessivas mudanças que a vida moderna acarreta. Em razão disso, é preciso estar atento e “introduzir na escola ocupações que desenvolvam uma responsabilidade pessoal e que treinem a criança nas verdaeiras realidades da vida”. A tendência para aprender com a vida e possibilitar as condições de vida de tal modo que todos adquiram o seu próprio processo de viver é a mais alta tarefa da escola.


O conceito de intersubjetividade tem sido abordado segundo diferentes interpretações no campo da Psicologia. Busca-se ainda discutir e comparar diferentes perspectivas teóricas que abordam o papel da intersubjetividade e da interação social no desenvolvimento do aluno. Entende-se que as perspectivas discutidas não esgotam plenamente o tema, mas contribuem para uma reflexão sobre como a intersubjetividade pode ser vista como aspecto indissociado de processos básicos que envolvem reciprocidade como a comunicação, interação social e afetividade.
   "O modelo “Pedagogizador”, pode ser verificado na atual proposta educacional nos inúmeros cursinhos preparatórios para o vestibular, onde os alunos são treinados para atender as exigências do mercado, onde a educação está a serviço de uma sociedade mercadológica e os docentes são meros aplicadores de técnicas e conhecimentos ao receptor, que é moldado e formado sem ter a criticidade e liberdade necessárias para questionar o sistema de normas que vigora na sociedade. Neste modelo de educação o aluno não adquire a capacidade racional de reflexão crítica acerca dos temas e questões que envolvem o ser humano, pautadas na reprodução do conhecimento.
A prática educacional voltada para a Intersubjetividade busca por meio da capacidade comunicativa uma transformação nos moldes da educação pautada pelo método “Pedagogizador”, buscando uma educação voltada para a emancipação do sujeito, com um pensar crítico, em prol da formação de sujeitos capazes de elaborar opiniões, e suas próprias “verdades”, com sensibilidade e ética.
Claro que a Educação vem lutando para buscar novos métodos e modificar a realidade social, formando sujeitos capazes de questionar o sistema por meio de uma educação mais consistente, associando prática pedagógica à Teoria da Ação Comunicativa, onde o espaço na escola é concebido como um espaço de interação, capaz de dar novos rumos à sociedade, percebendo-se como sujeitos e atores sociais, que podem modificar, transformar e recriar uma sociedade. Neste modelo, o sujeito está mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas, produzindo indivíduos livres, capazes de avaliar seus atos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica.
Neste modelo professor e aluno ensinam e aprendem para serem indivíduos responsáveis por seus atos, profissionais responsáveis por seu trabalho e cidadãos responsáveis pelos seus direitos e deveres, o que difere do modelo “Pedagogizador”, uma vez que aqui o aluno não participa do processo de conhecimento, sendo o docente o único detentor dele".

Referência: ARANHA,Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires - Filosofando Introdução a Filosofia – 4. ed. – São Paulo : Moderna, 2009.


Um comentário:

  1. Entre aluno/professor/escola/família e comunidade, A Teoria da Ação Comunicativa concebe o espaço da escola como um espaço de exercitar a intersubjetividade com o objetivo de discutir os rumos da sociedade, busca construir uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético. ou seja, a partir do momento que as pessoas se perceberem como sujeitos e atores sociais, poderão pensar em uma nova sociedade, mais equitativa e social.

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